AVALIAÇÃO DA ANSIEDADE EM ACADÊMICOS DE ODONTOLOGIA APÓS O FIM DA EMERGÊNCIA DE SAÚDE PÚBLICA NACIONAL PROVOCADA PELA COVID-19
Resumo
O objetivo desse estudo foi avaliar os níveis de ansiedade nos acadêmicos de Odontologia após o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional provocada pela Covid-19. Esse trabalho teve delineamento transversal com coleta de dados por meio de questionários aplicados nas turmas do curso de Odontologia do Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR), Patos-PB. A variável dependente do estudo foi a presença ou ausência do perfil ansioso nos acadêmicos, avaliado pelo Inventário de Ansiedade de Beck (BAI). As variáveis independentes foram características sociodemográficas, educacionais, comportamentais e relacionadas à Covid-19. Os dados foram analisados pela estatística descritiva-analítica, sendo empregado os testes Qui-Quadrado, Exato de Fisher, Mann-Whitney, Kruskal-Wallis e a correlação de Spearman, adotando-se um nível de confiaça de 95%. Um total de 283 estudantes com idade média de 22,7±2,7 participaram da pesquisa, dos quais 59,4% apresentaram sinais e sintomas clínicos de ansiedade. As mulheres apresentaram estatisticamente mais ansiedade que os homens, assim como quem dorme menos de 7 horas por noite e quem tem medo da Covid-19 também tiveram níveis de ansiedade significantemente maiores. Ainda, o ano do curso e a dificuldade em se adaptar ao ensino presencial novamente estiveram associados à ansiedade. Foi verificado também que quanto menor a renda ou o período em que esses estudantes estavam, maior foi o escore de ansiedade. Dessa forma, a ansiedade esteve associada aos fatores socioeconômicos, acadêmicos, comportamentais e relacionados à Covid-19, verificando-se a necessidade de maiores esforços institucionais em atenuar os impactos da pandemia na saúde mental dos estudantes.