A POSSÍVEL RELAÇÃO ENTRE BNCC E APARELHOS PRIVADOS DE HEGEMONIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL PÚBLICO DE CAJAZEIRAS-PB
Resumo
Este artigo é fruto de uma pesquisa desenvolvida com professores(as) da Educação Infantil em Cajazeiras-PB em que se buscou compreender o processo de implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e do olhar do corpo docente em torno da materialização da referida legislação na Educação Infantil. Assim, a pesquisa dedicou-se a captar a possível relação ou não entre BNCC e Aparelhos Privados de Hegemonia (APH) problematizando a respeito de “equívocos” teórico-metodológicos presentes na BNCC e as implicações na construção dos currículos educacionais. A metodologia apoiou-se em uma pesquisa bibliográfica, documental e de campo por meio de uma abordagem qualitativa, em que todas elas foram de muita relevância para a coleta e análise dos dados junto aos documentos pesquisados e falas disponibilizadas tanto pela Secretaria Municipal de Educação quanto pelo corpo docente durante a realização da pesquisa. A análise dos dados embasou-se essencialmente nos escritos históricos de Gramsci e autores(as) que têm se dedicado às leituras e produções de textos acerca do papel desempenhado pelos APH e suas participações na educação pública e privada brasileira. Foi possível identificar indícios de como certas instituições e grupos, por meio de políticas públicas e diretrizes educacionais, exercem influência sobre a formação e prática pedagógica dos docentes. A BNCC, ao propor uma padronização curricular em nível nacional, traz à tona debates sobre a centralização do poder e a uniformização da educação, impactando os contextos regional e local de forma profunda. Contudo, encontramos resistência na voz de alguns(as) professores(as), o que nos permitiu refletir sobre o papel dos docentes como agentes críticos e transformadores da realidade em que se encontram.
