REPERCUSSÕES DO PLANEJAMENTO SEXUAL E REPRODUTIVO EM MÃES DE FILHOS COM A SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS
Palavras-chave:
Zika Virus, Microcefalia, Planejamento Familiar, Direitos Sexuais e Reprodutivos, Direitos HumanosResumo
A Síndrome Congênita do Zika Vírus, descrita durante a epidemia do vírus Zika que ocorrera entre 2015 e 2016, proporcionou impacto na vida das gestantes e acarretou em adiamento da gestação por parte da maioria. No entanto, esse público relatou dificuldades no acesso aos métodos contraceptivos durante a epidemia e, para aquelas gestantes infectadas, o diagnóstico afetou a qualidade de vida de toda a família. Assim, a pesquisa possuiu como objetivo apreender a percepção do planejamento sexual e reprodutivo em mães com filhos portadores da Síndrome Congênita do Zika vírus. A pesquisa, caracterizada como qualitativa, interpretativa, transversal e de campo, foi realizada entre setembro/2023 e maio/2024, com amostra por conveniência. Foram realizadas entrevistas guiadas por um roteiro semiestruturado, registradas em diário de campo e utilizada a técnica de Análise
Temática de Conteúdo para tratamento dos dados. A amostra foi composta por duas (n=2) participantes, que relataram gestações não planejadas e que ocorreram com o uso de métodos contraceptivos, sendo esses o contraceptivo oral e laqueadura
tubária. Ambas participaram de rodas de conversas sobre planejamento sexual e reprodutivo. O trabalho e estudos das participantes foram comprometidos após nascimento das crianças, reforçando a necessidade de cuidados contínuos e
centralizado na figura materna. Nenhuma das mães relatou desejo de aborto durante a gestação. Destarte, reforça-se a necessidade dos programas de planejamento familiar voltados para essas mães e a realização de estudos voltados a esse público
para identificar o impacto do abandono dos estudos e trabalho após o nascimento desses filhos.