SER FAMÍLIA DA CRIANÇA E ADOLESCENTE PORTADORES DE TUBERCULOSE À LUZ DA FENOMENOLOGIA HEIDEGGERIANA
Resumo
Apesar da tuberculose não ser considerada uma doença da infância ainda é muito negligenciada e deve ser ponderada como um agravo possível nesta idade. Em meio a realidade estigmatizada da TB, e a forma como está afeta a vida dos indivíduos, é necessário extrapolar a epidemiologia, e refletir sobre de que forma a família do doente vivencia o adoecimento. Este estudo teve por objetivo analisar na literatura como os pais vivenciam o adoecimento de um filho, desvelando, através da fenomenologia, o ser família da criança e adolescente portador de tuberculose, evidenciando suas experiências e sentimentos nesta trajetória existencial. Este estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura baseada no referencial teórico metodológico de Whittemore e Knaff, e com discussão baseada na fenomenologia de Martin Heidegger, desvelando o “ser” humano em seu cotidiano sob três perspectivas: a facticidade, a existencialidade e a decadência. A partir das análises elencou-se as seguintes categorias: experienciando a facticidade de estar- nomundo da tuberculose; angustiando-se perante a decadência vivenciada pelo adoecer de um filho; o despertar para transcendência diante da facticidade do processo de adoecimento. Diante do exposto, é visto que ao vivenciar o adoecimento de um filho com tuberculose é imposto sobre a vida dos pais acontecimentos inesperados que repercutem emocionalmente, psicologicamente, fisicamente e financeiramente, porém, a partir de análise Heideggeriana, é confirmado que a mesma situação que leva o homem a decadência, vivenciando a existência inautêntica e a facticidade, fazem os emergir, transcendendo e tornando- se cuidadores autênticos.