GÊNERO E TRABALHO NOS CURSOS DE LICENCIATURA EM FILOSOFIA
Resumo
A pesquisa apresentada neste relatório tem como problema o questionamento sobre o lugar, ou melhor, o não-lugar das questões da profissionalidade docente e das questões de gênero nos cursos de licenciatura em Filosofia. A partir deste problema formulamos duas hipóteses: há uma ausência do tratamento das questões indicadas acima na maioria dos cursos de formação de professoras e de professores de Filosofia; indicamos e defendemos a importância de que tais questões sejam tratadas em vista da formação integral da(o) docente na contemporaneidade, esta(e) que é compreendida(o) como agente educativo, e igualmente ético e político. Os referenciais teóricos adotados são: Paulo Freire e sua compreensão acerca do papel do educador enquanto agente político, a relação entre gênero e prática educativa apresentado por Guacira Louro e, também, Philippe Perrenoud e sua discussão sobre a prática reflexiva do profissional da educação. A metodologia adotada para coleta e análise dos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Licenciatura confirmou a nossa hipótese inicial de que tais documentos, no recorte espacial adotado, isto é, na região Sudeste do Brasil, não empregam a devida atenção as questões da profissionalização docente e das questões de gênero.