IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS FATORES DE RISCO DA TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA NO SERTÃO PARAIBANO
Resumo
A Tristeza parasitária bovina (TPB) é o complexo de doenças que incluem, no nordeste brasileiro, três microorganismos: Babesia bovis, Babesia bigemina e Anaplasma marginale. O Rhipicephalus (Boophilus) Microplus é o principal transmissor, mas a Anaplasma sp. também é transmitida por diptéros hematofagos e objetos contaminados. Objetivou-se caracterizar os casos de TPB atendidos pela CMCGA/HVU/UFCG entre o período de 2010 a 2022 através do estudo documental dos prontuários clínicos dos animais/rebanhos. Ocorream 90 surtos distribuídos em 31 municípios e três estados. Os muncipios de Patos, Santa Teresinha e São José do Bonfim, na mesorregião do Sertão Paraibano, tiveram o maior registro de atendimentos, provavelmente, pela proximidade com o HVU/UFCG. O ano de 2022 registrou um terço dos casos totais dos atendidos no período do estudo e a partir de 2018 houve maior distribuição dos surtos pelos meses do ano, explicados pelo aumento da pluviozidade média na região ao longo do tempo e mudanças no comportamentos dos agentes infecciosos e das fontes de trasmissão. Os animais acometidos eram majoritariamente fêmeas, mestiços e adultos. A presença de carrapatos e introdução de novos animais no rebanhos foram considerados fatores de risco, além da infecção em neonatos associado a transmissão transplacentária e falha na imunidae passiva adquirida. Houve a prevalência de Anaplasma sp. na lâmina, mas a maioria dos casos o diagnóstico foi clínico-terapêutico. Conclui-se que a ocorrência de hemoparasitoses na mesorregião estudada é relativamente frequente e vem aumentando nos últimos anos, fazendo-se necessários estudos que investiguem e acompanhe melhor as causas e auxiliem o controle.