MORTALIDADE POR ACIDENTES DE TRÂNSITO EM RODOVIAS FEDERAIS: UMA ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS
Resumo
As lesões por acidentes de trânsito estão entre as principais causas de mortalidade no mundo e de anos de vida perdidos relacionados às incapacidades, com impactos socioeconômicos para vítimas e sistemas de saúde. Objetivou-se analisar a tendência de mortalidade por acidentes de trânsito em rodovias federais brasileiras entre 2010 e 2022. Trata-se de um estudo ecológico de séries temporais, com dados de mortalidade por acidentes de trânsito em rodovias federais brasileiras entre 2010 e 2022. Foi calculado o Coeficiente Geral de Mortalidade (CGM) por 100 mil habitantes para cada ano da série, a proporção de óbitos e o número de acidentes. A análise de série temporal foi por meio de um modelo de regressão linear por pontos de inflexão, usando o software Joinpoint. A tendência de mortalidade foi classificada em crescente, decrescente ou estacionária e foi calculada a Variação Percentual Anual (APC) com seus intervalos de confiança de 95% (IC95%). Verificou-se que entre os anos 2010 e 2022 ocorreram 1.553.576 acidentes de trânsito nas rodovias federais e um total de 88.838 óbitos. O maior CGM foi no ano 2010 (4,41/100 mil habitantes) e a maior proporção de óbitos foi em 2022 (8,45%). Houve declínio no CGM em toda a série estudada, com redução significativa entre 2013 e 2018 (APC= -9,70; IC95%: -13,4; -5,9). Apesar da redução no número de acidentes e da tendência no CGM, o aumento na proporção de óbitos evidencia que análises ajustadas para idade e sexo devem ser realizadas a fim de identificar grupos específicos atingidos pelo óbito. A Década de Ação para o Trânsito enquanto Política Pública de Promoção da Saúde, Controle e Redução de óbitos por acidentes no Brasil foi importante na redução de acidentes. Contudo, o Brasil precisa avançar na redução dos óbitos em grupos específicos.