FIGURAÇÕES DA EX PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF NAS CHARGES BRASILEIRAS: COMO INVISIBILIZAR A MULHER NA POLÍTICA ATRAVÉS DA VIOLÊNCIA POLÍTICA DE GÊNERO
Resumo
O artigo analisa a atuação de Dilma Vanna Rousseff como presidenta da República, marcada por uma trajetória de forte conservadorismo relacionado com as questões de gênero que interferiu no seu mandato e culminou no processo de impeachment da ex- presidenta. Para tanto, utilizamos narrativas e imagens, em forma de charges, veiculadas na grande mídia impressa e na internet, que visa contribuir de forma crítica sobre as práticas de misoginia, de sexismo e de violência política de gênero durante as campanhas eleitorais e de seu mandato. A proposta teórico-metodológica parte do levantamento bibliográfico de pesquisas, livros e de artigos publicados, a partir de um recorte de gênero que buscou invisibilizar e estigmatizar a figura de Dilma na presidência do país, alimentado pela mídia que aflorou de forma mais pejorativa possível para a desconstrução de sua imagem pública. Como resultado, podemos afirmar que a presença de Dilma no cargo mais alto do Executivo, mobilizou tensões e expectativas, especialmente porque a arena política é ocupada majoritariamente por homens, numa cultura pensada e vivida de e para homens. A reincidência da liderança de Dilma Rousseff foi duramente contestada com níveis de alta perversidade em termos de preconceito a favor da dominação e do controle masculino. O que delega sem dúvida mais uma tentativa de silenciamento da história das mulheres nos espaços de poder e de prestígio social.