INTOXICAÇÕES ESPONTÂNEAS EM PEQUENOS RUMINANTES NA SUB-REGIÃO DO NORDESTE DO BRASIL
Resumo
As intoxicações podem ser definidas como a introdução de um composto tóxico no organismo que determine efeitos deletérios e o aparecimento de sinais clínicos. Objetivou-se com este trabalho caracterizar as intoxicações espontâneas em pequenos ruminantes diagnosticadas no Laboratório de Patologia Animal (LPA) do Hospital Veterinário Universitário (HVU) Prof. Dr. Ivon Macêdo Tabosa da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Patos-PB. O trabalho foi realizado a partir do levantamento das necropsias realizadas em pequenos ruminantes no período de janeiro de 2003 a dezembro de 2022. Foram selecionados os casos diagnosticados com intoxicações, e destes, junto às fichas de necropsia, foram coletados dados epidemiológicos (espécie, raça, sexo, idade e procedência dos animais), clínicos (manifestações de sinais, curso e desfecho) e patológicos (macro e microscópicos). Durante o período de estudo foram realizadas 1718 necropsias de pequenos ruminantes, sendo 883 de caprinos e 835 de ovinos. Destes, 6,75% (116/1718) apresentavam alterações sugestivas de intoxicação. Foram acometidos animais de ambos os sexos, sendo 31,03% fêmeas (36/116) e 20,68% machos (24/116). Em 48,27% dos casos (56/116), esses dados não estavam contemplados. Todos os animais eram oriundos da sub-região do Nordeste Brasileiro, provenientes dos Estados da Paraíba, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Os ovinos demonstraram maior sensibilidade às intoxicações, correspondendo a 62% (72/116) dos animais, sendo estes intoxicados principalmente por Tephrosia cinerea, Ipomoea asarifolia, Cobre, Brachiaria spp. e Mimosa tenuiflora. Os caprinos (38%; 44/116), foram acometidos principalmente por Turbina cordata, Mimosa tenuiflora e Ipomoea subincana. As plantas representam a principal causa de intoxicações espontâneas em pequenos ruminantes, correspondendo a 80,17% (93/116) das ocorrências estudadas.
