ESTUDO DA VIABILIDADE DO USO DE RESÍDUOS GRÁFICOS COMO CARGA CONDUTIVA EM POLÍMEROS.

Resumo

A crescente demanda por equipamentos eletroeletrônicos (EEEs) e sua rápida obsolescência são os principais fatores que contribuem para a enorme quantidade de resíduos plásticos gerados. Nesse contexto, busca-se não apenas alternativas para o descarte, mas também melhores formas de destinação dos resíduos. Entre eles, os cartuchos de impressoras a laser, conhecidos como toners, se destacam pela presença de um pó residual fino, que contém componentes metálicos, mesmo após o uso. Este trabalho teve como objetivo avaliar o reaproveitamento do pó de toner como carga condutiva em compósitos poliméricos. O estudo comparou as propriedades deste resíduo com cargas condutivas comercialmente utilizadas e investigou sua incorporação em matrizes poliméricas através de processamento reativo, submetendo os compósitos resultantes a uma série de ensaios. Utilizaram-se técnicas de caracterização, como Difração de Raios-X (DRX), Reometria de Torque, Índice de Fluidez, Reometria Oscilatória, Condutividade Elétrica (CE) e Microscopia Óptica (MO). As análises de DRX revelaram que o resíduo de toner é um composto semicristalino, com a magnetita como componente inorgânico majoritário. As análises reológicas indicaram que a quantidade de carga utilizada não prejudicou o processamento, sem identificação de degradações ou reticulações aparentes. As medições de condutividade elétrica mostraram um leve aumento da propriedade nos compósitos, sendo mais pronunciado no toner da HP. Por fim, a microscopia óptica evidenciou uma boa distribuição das partículas de carga ao longo da matriz polimérica. Portanto, o resíduo de pó de toner não apenas possui características que permitem sua incorporação em polímeros, conferindo alto potencial de agregação de valor, mas também se apresenta como uma promissora carga condutiva nesse tipo de matriz.