HISTÓRIA NATURAL DA HERPETOFAUNA (REPTILIA E LISSAMPHIBIA) DO CAMPUS PATOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE, PARAÍBA

Resumo

A Caatinga é o maior bioma de floresta tropical sazonalmente seca do mundo, embora seja o bioma semiárido mais rico em biodiversidade, com alto grau de endemismo, ainda há poucos estudos sobre diversidade sua biológica, especialmente da herpetofauna e sua história natural. O presente estudo teve como objetivo coligir dados sobre aspectos ecológicos das espécies de anfíbios e répteis do Campus da Universidade Federal de Campina Grande, Patos, Paraíba, com ênfase na morfologia e massa corporal das espécies. As coletas foram realizadas 4 (quatro) dias por mês, entre os meses de agosto de 2023 e setembro de 2024, compreendendo os períodos seco e chuvoso, através de coleta passiva (CP) por armadilhas de interceptação e queda (pitfall traps - PT), dispostas em 4 (quatro) subáreas do campus. O estudo apresentou uma composição de 18 espécies, sendo 10 espécies de anfíbios anuros, 7 espécies de lagartos e 1 (um) anfísbenídeo, contabilizando um total de 487 avistamentos. Foi possível contabilizar um total de 23.040 horas/baldes nos Pitfall traps. Para coligir dados sobre a ocorrência de machos, fêmeas e juvenis ao longo do ano, e verificar se há dimorfismo sexual em algumas espécies foi necessário fazer uma comparação entre a massa corporal, comprimento rostro-cloacal (CRC) e comprimento de cauda (CC) para répteis, entre ambos os sexos de cada espécie avistada. Ao fazer esta análise foram identificadas três espécies que apresentaram dimorfismo sexual, sendo duas espécies de anuros: Rhinella granulosa, com uma média de CRC de 8,7 mm, nos machos, e 4,4 mm, nas fêmeas e, Leptodactylus troglodytes, com uma média de CRC de 4,65 mm, nos machos e 11,9 para as fêmeas. A espécie de réptil que apresentou dimorfismo sexual foi Vanzosaura multiscutata, apresentando uma média de CRC de 16,3 mm e CC de 18,1 mm para machos e, uma média de CRC de 26,5 mm e CC de 25,0 mm. Levando em consideração fatores abióticos como temperatura, umidade do ar e pluviosidade foi realizado uma análise obtendo a média de temperatura e umidade para lagartos e anuros, onde foi possível observar que para anuros houve uma correlação positiva para, juvenis, e adultos de ambos os sexos, significando que o a abundancia de machos, fêmeas e juvenis dependem da quantidade de chuvas. Para lagartos, em relação a temperatura e umidade foi obtido uma correlação negativa para juvenis e fêmeas, enquanto que para machos houve correlação positiva.