ENTREGADORES DE MERCADORIAS PELAS PLATAFORMAS DIGITAIS EM CAMPINA GRANDE:

IMPLICAÇÕES PARA AS DINÂMICAS LABORAIS

Autores

  • Luiz Felipe Bezerra Lopes UACS - Unidade Acadêmica de Ciências Sociais
  • Mario Henrique Guedes Ladosky CH - UACS

Palavras-chave:

Trabalho por plataforma, Entregadores, Precarização, Empreendedorismo, Campina Grande

Resumo

O trabalho aborda a expansão global das plataformas digitais de trabalho, originadas nos países capitalistas centrais e presentes na América Latina, especialmente após a pandemia de Covid-19. O foco é analisar como essas plataformas, como o iFood, impactam as relações de trabalho e a organização laboral em Campina Grande. O estudo enfatiza o fenômeno da "endogeneização", ou seja, a adaptação dessas plataformas às estruturas econômicas e culturais locais, gerando novas formas de ocupação e de organização do trabalho. As plataformas digitais criam relações de poder assimétricas, transferindo custos e riscos para os trabalhadores, que não são reconhecidos como empregados e operam sob regimes precários e informais. Embora enfrentem essas condições, os entregadores têm encontrado formas de resistência, tanto coletivas, como sindicatos e cooperativas, quanto individuais, manipulando algoritmos. O projeto de pesquisa utiliza uma abordagem qualitativa, com entrevistas de entregadores, para compreender os impactos locais da disseminação dessas plataformas. Até o momento, foram realizadas 26 entrevistas, revelando que muitos dos entrevistados começaram a trabalhar durante a pandemia, quando a renda era maior. Com a reabertura do comércio, a demanda por entregas caiu, levando os trabalhadores a buscar outras estratégias, como trabalhar em mais de uma plataforma ou realizar entregas para estabelecimentos sem o intermédio da plataforma. As manifestações dos entregadores em Campina Grande refletem a insatisfação com as baixas taxas, falta de segurança e bloqueios arbitrários. Eles conseguiram, em algumas ocasiões, mobilizar-se com sucesso para exigir melhorias nas condições de trabalho, como a remoção de operadores logísticos terceirizados (OLs) do iFood.

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Publicado

2025-07-16