Uso de técnicas sorológicas, bacteriológicas e moleculares no diagnóstico da infecção por Leptospira spp. em caprinos em condições de campo no bioma Caatinga, semiárido brasileiro
Resumo
O bioma Caatinga ocorre apenas no Brasil, porém não há levantamento de leptospirose nesta região com caprinos mantidos em condições de campo. Foi realizado levantamento prospectivo com amostragem pareada para verificar a importância e manutenção de caprinos transportadores. Com base no cálculo amostral, 60 caprinos (30 confinados e 30 criados extensivamente) foram selecionados aleatoriamente e monitorados durante três meses durante a estação chuvosa com coletas mensais pareadas de amostras biológicas. Os animais foram submetidos à coleta de urina e líquido vaginal para diagnóstico microbiológico e molecular, e amostras de soro para diagnóstico sorológico através do teste de aglutinação microscópica (SAM). No geral, 45 (75%) animais foram positivos em pelo menos um método diagnóstico. Anticorpos Anti-Leptospira spp. foram anticorpos nos três momentos de amostragem em 43 (71,7%) animais, os títulos de anticorpos variaram de 25 a 800, e os sorogrupos mais frequentes foram Australis na 1ª e 2ª coletas de sangue (66,7% e 40,7%, respectivamente) e Cynopteri na 3ª coleta (52,6%). Nenhum animal foi positivo no diagnóstico microbiológico e na PCR do fluido vaginal; entretanto, cinco (16,7%) animais foram positivos na PCR de urina apenas no grupo confinado. Uma amostra de DNA de urina foi sequenciada demonstrando 99% de similaridade com L. interrogans. Sugere-se diferentes técnicas de diagnóstico para leptospirose em caprinos criados em condições de campo do bioma Caatinga, bem como novos estudos em um período mais longo com coletas mensais para melhor compreensão de Leptospira spp. rotas alternativas de transmissão em condições de campo.