RELAÇÃO ENTRE A AUTOPERCEPÇÃO DOS NÍVEIS DE ESTRESSE PSICOLÓGICO E ALTERAÇÕES NOS NÍVEIS DE CORTISOL EM ESTUDANTES DE MEDICINA

Resumo

A alta prevalência do estresse psicológico no âmbito universitário, especialmente
entre os estudantes de medicina, é preocupante tanto no contexto educativo, quanto
em termos de saúde pública. Diante desse cenário, o presente projeto buscou
compreender a relação entre a autopercepção dos níveis de estresse psicológico e
alterações dos níveis de cortisol entre acadêmicos de medicina. Quanto ao método,
trata-se de um estudo quantitativo, analítico, de delineamento transversal, que foi
realizado na Unidade Acadêmica de Medicina do Centro de Ciências Biológicas e da
Saúde e no Hospital Universitário Alcides Carneiro da Universidade Federal de
Campina Grande. Participaram da pesquisa 141 acadêmicos de medicina, entre o
1° e o 6° períodos, tentou-se manter um número relativamente equivalente de
participantes masculinos e femininos. A análise dos dados foi feita através do
software estatístico SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 23 para a
realização das análises descritivas e inferenciais. Foi enfatizado os fatores da
autopercepção do estresse académico e dos níveis de estresse, avaliados em duas
escalas de teste validadas, e correlacionou-se com a resposta fisiológica
neuroendrocrina de alterações de níveis de cortisol. Verificou-se que os discentes do
primeiro e quinto períodos foram identificados como apresentando níveis mais
elevados de estresse, bem como encontrando se em fases mais avançadas de
estresse, quando comparados aos estudantes dos demais períodos.
Particularmente, verificou-se que o sexo feminino apresentou escores mais elevados
na Escala de Lipp, sugerindo uma maior predisposição ao estresse entre as
mulheres na amostra estudada. Contudo, esses achados não demonstraram
correlação significativa com alterações nos níveis de cortisol ou com a Escala de
Estresse Percebido. Conclui-se que Apesar da ausência de correlação fisiológica
direta na resposta do cortisol, o estudo revela que uma porcentagem considerável
de estudantes que encontram se nas fases de "resistência" e "exaustão" na escala
de LIIP evidenciando como a desgastante rotina acadêmica predispõe os estudantes
de medicina ao estressee, além de níveis moderados de estresse percebido
avaliados na escala de PSS – 14. podendo acarretar no adoecimento mental e
perda da qualidade de vida. Espera-se, que as informações obtidas neste estudo
subsidiem futuras pesquisas nesse tema e intervenções, por parte da comunidade
acadêmica, de suporte pedagógico e psicológico junto a esses estudantes.