IMPACTO DA QUEBRA DE PATENTE DOS NOVOS ANTICOAGULANTES ORAIS EM PACIENTES COM FIBRILAÇÃO ATRIAL ATENDIDOS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Palavras-chave:
Fibrilação atrial, Escore de risco, Novos anticoagulantes oraisResumo
A Fibrilação Atrial (FA) é a arritmia cardíaca mais comum na prática clínica e tem um impacto significativo na saúde pública tanto por seus efeitos hemodinâmicos na dinâmica contrátil cardíaca, quanto pelo risco elevado de eventos tromboembólicos, sendo o mais temido o Acidente Vascular Cerebral (AVC). Os impactos da doença na qualidade de vida são perceptíveis aos pacientes, sendo que estes necessitam fazer uso de farmacoterapia e terapêuticas não farmacológicas adjuvantes. O uso adequado de anticoagulantes orais é crucial para reduzir o risco de eventos tromboembólicos, no entanto, a adesão dos pacientes a esses medicamentos tem sido variável muito em parte pelo elevado custo dos Novos Anticoagulantes Orais (NOACs), mais seguros e que não necessitam de acompanhamento com uso de exames laboratoriais. A recente quebra das patentes dos NOACs no Brasil, ocorrida em 2021, teve como objetivo tornar esses medicamentos mais acessíveis. Dessa forma, é relevante reconhecer o perfil epidemiológico local da FA, bem como avaliar a adesão aos NOACs diante do cenário atual. Foi realizado um estudo observacional e seccional a partir de amostras de pacientes acompanhados nos ambulatórios de Cardiologia do Hospital João XXIII, hospital terciário de Campina Grande/PB, entre agosto a setembro de 2024. Fez-se uso de uma Ficha de Características Clínicas e Demográficas para avaliação de características epidemiológicas do paciente seguida pela aplicação do escore CHA2DS2-VASc, no intuito de estimar o risco de eventos tromboembólicos nessa população. A amostra era predominantemente idosa, do gênero masculino e autodeclarada branca, com uma parte da amostra tendo concluído o ensino fundamental. Todos os pacientes da amostra possuíam FA de etiologia não-valvar, e maioria iniciou o uso de NOACs após 2021, o que pode sugerir que a quebra da patente contribuiu para um melhor perfil na anticoagulação desses pacientes. Com relação ao escore de risco tromboembólico, a pontuação média no escore foi de 3,07, com o principal fator de risco associado sendo a hipertensão arterial, seguido pelo fator idade, doenças vasculares e diabetes mellitus.