ALTERAÇÕES CLÍNICAS E BIOQUÍMICAS DE RUMINANTES COM PARTO DISTÓCICO ATENDIDOS NO HVU/CSTR/UFCG
Palavras-chave:
cesariana, hipocalcemia, Exames laboratoriais, ruminantesResumo
Objetivou-se com esse estudo identificar os fatores de risco que favorecem ao aparecimento das distocias e os desequilíbrios bioquímicos relacionados à ocorrência de partos distócicos de origem materna ou fetal em vacas, cabras e ovelhas atendidas na Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais (CMCGA) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Foram realizadas avaliações clínicas de ruminantes que derem entrada no Hospital Veterinário Universitário/UFCG/CSTR com histórico de parto distócico e durante o atendimento foi aplicado para o proprietário um questionário epidemiológico/obstétrico, com questionamentos sobre o tipo de manejo reprodutivo, histórico de problemas reprodutivos e se houve alguma manipulação do(s) feto(s) na propriedade. Além disso, foi realizado coleta de sangue para dosagem de cálcio, fósforo e glicose, como também a mensuração de beta-hidroxibutirato em vacas. Já em cabras e ovelhas foram coletadas amostras de fezes para realização do exame parasitológico. Durante o período do estudo, foram atendidos 10 casos de distocias em ruminantes, sendo a espécie bovina a mais acometida com 6/10 (60%), seguida da ovina com 3/10 (30%) e caprina com 1/10 (10%). Através da aplicação do questionário epidemiológico foi possível identificar que o manejo reprodutivo adotado em todos os casos foi a monta natural, eram animais sem padrão de raça definida, não havia histórico de problemas reprodutivos nas propriedades e apresentavam entre 2 anos a 4 anos de idade. Todas as fêmeas bovinas tinham sido submetidas a manipulação/tração na propriedade (realizado sem orientação de um Médico Veterinário). O local de origem desses animais foi o Sertão Paraibano, que compreende Patos e as cidades circunvizinhas. No exame físico observou-se alterações nos parâmetros fisiológicos de 6/10 (60%), principalmente na frequência cardíaca e respiratória; apresentavam escore corporal entre 2 e 3 e o início do parto variou entre 12 horas a 4 dias. As distocias foram, em sua maioria, de origem fetal por atitude em 5/9 (55,5%), em 4 dos 5 casos os fetos apresentavam os membros torácicos e cabeça flexionados e em 1 caso apenas a cabeça estava flexionada. Quanto aos procedimentos adotados como forma de tratamento, observou-se que as manobras obstétricas e a cesariana foram os mais descritos, seguido da fetotomia. Notou-se que as manobras obstétricas foram realizadas em 40% dos casos, assim como a cesariana, enquanto a fetotomia foi executada em 20% dos casos. Verificou-se que das fêmeas acometidas, nove delas (90%) apresentavam hipocalcemia, outras alterações observadas foram a hiperglicemia, hipofosfatemia e a elevação do beta-hidroxibutirato em todas as vacas. Diante disso, torna-se necessário a conscientização dos produtores a respeito dos partos distócicos, principalmente com relação ao tempo entre o início do parto e a procura de um auxílio Médico Veterinário.