REDES DE APOIO SOCIAL, AJUDA MÚTUA E SUPORTE MÚTUO ENTRE MULHERES QUILOMBOLAS E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A SAÚDE MENTAL COMUNITÁRIA

Resumo

As mulheres quilombolas, para além da dimensão de raça/etnia, padecem da interseccionalidade de outras formas de opressão, a exemplo dos marcadores sociais, como: classe social, gênero, geração e territorialidades. Assim, este projeto objetivou analisar as redes de apoio social, ajuda mútua e suporte mútuo entre mulheres quilombolas e suas contribuições para a saúde mental comunitária, a partir de um estudo qualitativo, fundamentado pela concepção teórico-metodológica das práticas e produção de sentidos. As participantes vinculadas ao grupo de extensão, intitulado: “Ciranda das Mulheres Quilombolas do Grilo (PB)”. Em termos operacionais, seguiu-se as etapas: inserção no grupo de extensão; observação-participante; e aplicação de questionário sociodemográfico e entrevista semi-estruturada, realizadas com oito (08) mulheres da Comunidade do Grilo, autodeclaradas negras, cisgêneras, entre 35 a 55 anos, com relações conjugais e a maioria possui filhos (as). Os resultados encontrados, apontam que a criação histórica de espaços coletivos sempre possibilitaram na comunidade processos de autonomia e integração. Esse projeto também apresentou-se como ferramentas para propiciar a recomposição da integralidade do cuidado e da saúde mental das mulheres, pois identificou-se a construção de uma rede de apoio social, ajuda mútua e de suporte mútuo entre o grupo. Foi possível caracterizar as questões e as produções de sentido de saúde mental mais recorrentes e a constatação as várias vulnerabilidades e opressões das vivências das mulheres quilombolas do Grilo, como aquelas expressas a partir da interseccionalidade que afetam diretamente a saúde mental, devido aos efeitos do cruzamento de opressões.