BIOCONVERSÃO DA MORINGA POR FERMENTAÇÃO SEMISSÓLIDA
Palavras-chave:
Agropecuária, Sustentabilidade, Saccharomyces cerevisiaeResumo
A agropecuária na região semiárida do Brasil enfrenta desafios expressivos devido às condições climáticas adversas e aos altos custos de suplementos comerciais, comprometendo a sustentabilidade da produção. Para mitigar esses problemas, tem se intensificado a busca por alternativas alimentares não convencionais, como o uso de microrganismos e plantas com alto valor nutritivo. Este estudo avaliou o enriquecimento proteico das folhas de moringa (Moringa oleifera) e da palma forrageira (Nopalea cochenillifera) por meio de fermentação semissólida com a levedura Saccharomyces cerevisiae, visando otimizar a formulação de rações para ruminantes e reduzir os custos de produção. Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Bioprocessos (LabBio) da Unidade Acadêmica de Engenharia Química, Universidade Federal de Campina Grande. Os processos fermentativos foram realizados em uma estufa com circulação de ar forçado a 35 °C, testando-se diferentes concentrações de levedura (0,3; 0,5 e 1,0%). Os substratos eram compostos por folhas de moringa e cladódios de palma triturados, misturados na proporção de 20% de moringa e 80% de palma. As amostras foram analisadas em intervalos de 6, 9 e 24 h de fermentação, considerando os parâmetros de pH, sólidos solúveis, teor de água e teor de proteína bruta. O maior enriquecimento proteico foi observado após 6 horas de fermentação com a adição de 0,5% de levedura, resultando em um aumento de 59,44% no teor de proteínas. Os resultados destacam o potencial da biotecnologia em aprimorar a alimentação animal, promovendo maior sustentabilidade e eficiência produtiva no semiárido.