ANÁLISE DA UNIFORMIDADE DAS FRAÇÕES DO COMPRIMIDO GERADA APÓS O PROCEDIMENTO DE PARTIÇÃO
Resumo
Os comprimidos constituem a forma farmacêutica amplamente utilizada, reconhecidos por sua facilidade de administração, baixo custo e maior estabilidade em comparação com outras formas. O fracionamento de comprimidos, técnica que envolve a subdivisão física dos mesmos, é uma prática comum em ambientes de assistência à saúde, com o objetivo de ajustar dosagens e facilitar a ingestão, especialmente em pacientes com dificuldades de deglutição. No entanto, essa prática pode comprometer a posologia e a eficácia do tratamento, gerando riscos como toxicidade ou variações significativas nos níveis plasmáticos do principio ativo.
Este estudo visa investigar a prática da partição de comprimidos utilizando três metodologias distintas: fracionador manual, partição manual e uso de faca como instrumento perfurocortante. Nove medicamentos foram selecionados para análise, sendo cada um testado em triplicata. A metodologia foi realizada no laboratório de Farmacotécnica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), onde foram pesados os comprimidos antes e após o fracionamento para calcular a perda de massa.
Os resultados demonstraram que a utilização do fracionador resultou em uma alta incidência de frações não determinadas, especialmente no Atenolol, enquanto a partição manual apresentou menores taxas de perda, embora não tenha sido eficaz em fracionar comprimidos de Losartana e Furosemida devido à dureza. A técnica com faca levou a perdas significativas em medicamentos como Hidroclorotiazida, além de produzir frações indefinidas.
Esses achados evidenciam a complexidade do processo de fracionamento de comprimidos e a necessidade de maior atenção às características físicas dos medicamentos. O estudo destaca a importância de desenvolver formulações farmacêuticas que minimizem os riscos associados à prática de divisão, garantindo a segurança e a eficácia do tratamento para os pacientes.
