EPIDEMIOLOGIA DA HANSENÍASE NO RIO GRANDE DO NORTE: 2014-2023

Autores

  • Pedro Vinicius Alves Bezerra César Universidade Federal de Campina Grande
  • Vanessa Santos de Arruda Barbosa Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)

Palavras-chave:

Doenças negligenciadas; Prevalência; Distribuição espacial.

Resumo

A hanseníase é uma doença crônica causada pelo bacilo Mycobacterium leprae. É classificada como uma das principais doenças negligenciadas e o Brasil é o segundo país com maior número de casos. O presente estudo teve como objetivo avaliar o perfil epidemiológico e distribuição dos casos de hanseníase, no Rio Grande do Norte (RN), com intuito de contribuir com o delineamento das ações de controle e na assistência e vigilância no estado. Tratou-se de um estudo epidemiológico, descritivo e documental, em que foram analisados os casos notificados no Sistema de Informação de Agravo de Notificação, do Ministério da Saúde, no período de 2014-2023. Foram calculados indicadores epidemiológicos e feita a distribuição espacial dos casos. Foram notificados 2.395 casos, distribuídos em 82% dos municípios do RN e em 21,5%, observou-se infecção ativa. Os municípios Fernando Pedroza (9,09) e Olho-d'agua do Borges (7,12) apresentaram os maiores coeficientes de prevalência na população geral, enquanto Vila Flor (2,66) e Galinhos (1,53) na população 0-14 anos. Ocorreram notificações em indivíduos de 1 a 80+ anos, sendo 61,5% em adultos e 5% em 0-14 anos. Do total, 55,6% eram do sexo masculino, 69,5% pretos/pardos e 75% sem ou baixa escolaridade. A forma clínica mais frequente foi a dimorfa (34,2%), multibacilar (65,3%) e 9,6% apresentavam Grau de Incapacidade Física 2. Os dados indicam a necessidade de ações de controle mais eficazes como: busca ativa de casos, aumento da investigação dos contatos e treinamento dos profissionais, para um diagnóstico precoce, a fim de interromper a evolução da doença.

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Publicado

2025-05-23