TRABALHAR E VIVER DA ARTE:
CONDIÇÕES E RELAÇÕES DE TRABALHO DE ARTISTAS PLÁSTICOS PARAIBANOS.
Resumo
Este estudo se propôs a averiguar como se processam as condições e relações de trabalho dos artistas plásticos paraibanos na contemporaneidade, especialmente entre 2023 e 2024. O atendimento deste objetivo ocorreu mediante a realização de uma pesquisa qualitativa, combinando revisão de literatura de temas como "Trabalho", "precarização", "trabalhadores-artistas" e pesquisa empírica, através de entrevistas semiestruturadas com artistas plásticos que expuseram suas obras no Centro Cultural do Banco do Nordeste (CCBNB) de Sousa – PB, entre 2023 e abril de 2024. Foram mapeados 21 artistas, dos quais 11 concederam entrevistas. As falas foram transcritas e analisadas, ligando trechos significativos a categorias teóricas e conectando conceitos estudados às experiências dos artistas. Dentre os principais resultados obtidos, destaca-se: 1) A jornada de trabalho dos artistas plásticos paraibanos é elevada e incerta; 2) A flexibilidade da jornada gera rendimentos financeiros instáveis, levando-os a adotar estratégias como o acúmulo de funções e a necessidade do apoio familiar; 3) A maioria não têm atelier, geralmente trabalham em suas próprias casas, confundindo o labor com a vida privada; 4) Os artistas demonstram apatia e recusa à organização coletiva; 5) Apenas um entrevistado expressou interesse em um tipo específico de imagem pública, destacando a importância das referências sobre a figura do artista em seu trabalho. Assim sendo, além de destacar múltiplas formas de precarização do trabalho do artista paraibano, a pesquisa também aponta, como um desafio, avançar nos estudos acerca da relação entre arte e educação.
