ESTUDO DA TOXICIDADE E POTENCIAL ANTIANGIOGÊNICO DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DE FOLHAS DE Bauhinia forficata Link

Resumo

O câncer é caracterizado pela aquisição de capacidades funcionais pelas células
humanas que as levam a um crescimento neoplásico descontrolado, incluindo
proliferação sustentada, evasão do sistema imunológico, resistência à morte celular,
invasão tecidual, indução de angiogênese e instabilidade genômica, resultando em
metástase. Apesar dos avanços no tratamento oncológico, limitações como
resistência tumoral e efeitos colaterais persistem, levando à busca de novos agentes
terapêuticos, especialmente de origem natural. O gênero Bauhinia é amplamente
utilizado na medicina popular, tem sido investigado por suas propriedades
farmacológicas, incluindo hipoglicêmicas, anti-inflamatórias e antioxidantes. No
entanto, seu potencial antiangiogênico é pouco explorado. Este estudo teve por
objetivo avaliar a toxicidade e o potencial antiangiogênico do extrato hidroalcóolico de
folhas de Bauhinia cheilantha (Bongard), devido a disponibilidade regional, coletadas
no município de Cuité, Paraíba. Para isso, realizaram-se protocolos experimentais
para aferir a composição fitoquímica, toxicidade e potencial antiangiogênico. A
investigação fitoquímica identificou compostos fenólicos, taninos, terpenos,
alcaloides, saponinas e flavonoides. A toxicidade foi avaliada por meio do bioensaio
com Artemia salina, mostrando que concentrações ≤ 0,8 µg/mL foram seguras. O
ensaio hemolítico demonstrou que o extrato causou danos equivalentes ao controle
negativo (4,25 ± 0,81). O potencial antiangiogênico foi avaliado pelo método CAM,
usando a concentração sub-tóxica de 0,4 µg/mL, os resultados sugeriram uma
redução no diâmetro, comprimento e ramificação de vasos sanguíneos indicando uma
margem de segurança, considerando a toxicidade, e a possível eficácia do extrato no
efeito antiangiogênico. Esses achados abrem caminho para o desenvolvimento de
novos agentes terapêuticos anticancerígenos a partir do gênero Bauhinia.