ABUSO SEXUAL EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIAS: UM SILÊNCIO REPRESSOR
Palavras-chave:
Abuso sexual, Mulheres, UniversidadeResumo
O abuso sexual (AS) é um imbróglio de saúde pública que atinge milhares de pessoas no Brasil, principalmente do gênero feminino. A inserção dessas vítimas em universidades requer adaptação, apoio social e equilíbrio emocional. Objetivou-se investigar a ocorrência de abuso sexual em estudantes universitárias e as consequências nas suas vidas. Trata-se de estudo transversal, descritivo e abordagem quantitativa, amostra de 124 estudantes de enfermagem e 116 de Medicina, calculada pelo Open Epi. Seleção aleatória. Dados compilados em tabela Excel e transpostos para o programa pelo SPSS versão 20.0, com estatística descritiva, proporção e média com desvio padrão. A amostra final foi de 178, 63 (35,4%) sofreu abuso, na idade média de 12,26 (DP= 4,372). A maioria se autodeclarou branca (83,7%), conhece sobre AS (99,4%), que não se limita ao ato sexual (97,7%) e conhece alguém que já sofreu AB (78,1%). Lidou com a violência silenciando (31,5%), relatou aos pais (3,9%), não teve suporte (16,3%), ajuda da família (3,9 %), de amigos (2,2%), profissional (1,7%), tem contato com o agressor (6,2%). O abuso foi cometido por amigo da família (14%), familiar (5,1%), professor (2,8%), pai e padrasto (0,6%) e outros (1,1%). Ocorreu na rua (31,7%), casa (27,0%), festa (23,8%), escola (14,3%) e outros (28,6%). Emoções relatadas: desconforto (95,2%), vergonha (60,3%), medo (54,0%), culpa (36,5%) e outros (20,6%). O silêncio perpetua a subnotificação. O abuso não tem espaço para ocorrer e marca a mulher com medo, vergonha e culpa. O contato não interrompido com o abusador faz com que essa violência continue.