ANÁLISE DA CONCORDÃNCIA ENTRE DIAGNÓSTICOS CLÍNICOS E HISTOPATOLÓGICOS DE LESÕES ORAIS

Resumo

O diagnóstico de lesões orais associado a hipóteses clínicas bem elaboradas é essencial no que tocante à prevenção e tratamento de lesões prevalentes em cavidade oral, uma vez que orienta as ações terapêuticas e/ou preventivas do cirurgião-dentista. No entanto, é frequente haver divergências entre o diagnóstico clínico e o histopatológico, o que pode tornar o prognóstico dos casos quebradiços. O objetivo deste trabalho foi analisar a concordância entre o diagnóstico clínico e microscópico de lesões orais identificadas em um serviço público de histopatologia oral no sertão paraibano. Foi realizado um estudo de esfera estatística, de modo transversal, observacional e analítico, em que se coletou amostras de 1209 fichas de encaminhamento e laudos anatomopatológicos. Os dados foram examinados de maneira descritiva e inferencial, em que houve a verificação do índice de acerto e o nível de concordância diagnóstica através do teste de Kappa, em associação com possíveis correlações de variáveis sociodemográficas e clínicopatologicas, com p≤0.05. O índice geral de precisão entre as hipóteses clínicas e histopatológicas foi de K=0.543, uma concordância regular com cerca de 57% de percentual de acerto diante das hipóteses. A displasia epitelial/hiperceratose apresentou o melhor índice de Kappa (K=0,807), enquanto por grupo de classificação a patologia epitelial ganhou destaque em concordância (K=0,696). A significância em variáveis clinicopatológicas foi relevante neste trabalho. O grau de concordância foi classificado como regular, assim a importância da formação contínua em diagnóstico oral para os profissionais se faz necessária.