PREVALÊNCIA DE HIPOMINERALIZAÇÃO MOLAR-INCISIVO (HMI) EM CRIANÇAS DE 8 A 12 ANOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Autores

  • Lívia Alves de Brito Universidade Federal de Campina Grande - UFCG
  • Faldryene de Sousa Queiroz Feitosa UFCG

Palavras-chave:

Hipomineralização Molar-Incisivo, HTranstorno do Espectro Autista, Saúde bucal

Resumo

A Hipomineralização Molar-Incisivo (HMI) é uma alteração qualitativa do esmalte dentário, não-fluorótica, que afeta principalmente primeiros molares permanentes e incisivos permanentes. Este estudo investigou a prevalência de HMI e a saúde bucal de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Participaram 91 crianças, predominantemente do sexo masculino (70,3%), na sua maioria primogênitos (69,2%), cujas mães relataram uma gestação tranquila (63,7%) e a cesariana a termo como parto mais comum (49,5%). O diagnóstico de TEA foi predominantemente realizado antes dos três anos (53,8%), com a maioria das crianças necessitando de suporte nível 2 (42,9%). Quanto à saúde bucal, a maioria relatou ter uma alimentação normal (79,1%) e 51,6% afirmaram terem dificuldades para realizar a escovação dental, apesar da maioria escovar os dentes três vezes ao dia (33%), sob supervisão. Entre os participantes, 30,8% relataram dor de dente nos últimos seis meses, de intensidade moderada (16,5%) e, no geral, a percepção dos pais sobre a saúde bucal dos filhos foi boa (50,5%). A prevalência de cárie dentária foi de 84,6%, com média de 4,5 dentes acometidos, sendo 73,5% do componente cariado. A HMI foi diagnosticada em 36,3% das crianças, com fraturas de esmalte pós-erupção como o sinal mais frequente (26,3%) e o grau de severidade mais comum sendo grave (29,7%), com perda significativa de estrutura dental. A HMI apresentou relação estatisticamente significante com o nível de suporte (p=0,018), presença de dor de dente nos últimos 6 meses (p=0,000), severidade da dor de dente (p=0,000) e com a satisfação com o sorriso (p=0,045). O estudo sublinha a alta prevalência de cárie e HMI em crianças com TEA e a necessidade de estratégias específicas para melhorar o acesso aos serviços de saúde, a higiene oral e a prevenção de problemas dentários.

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Publicado

2025-06-04