MONOPARENTALIDADE FEMININA E O CUIDADO DO FILHO AUTISTA
UM ESTUDO DE REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
Palavras-chave:
maternidade solo, autismo, representações sociaisResumo
Diante dos inúmeros desafios e vulnerabilidades implicados na maternidade
solo, é imprescindível destacar a singularidade das vivências da monoparentalidade
para as mães de crianças autistas, referenciada como maternidade atípica. Este
estudo aborda a monoparentalidade feminina, também chamada de maternidade
solo, com o objetivo de analisar as Representações Sociais acerca da
monoparentalidade feminina no contexto da maternidade de crianças com
Transtorno do Espectro Autista (TEA). A pesquisa qualitativa foi realizada com 16
mães residentes na Paraíba, utilizando um questionário sociodemográfico, a Técnica
de Associação Livre de Palavras (TALP), e a entrevista semiestruturada. Os dados
foram processados por meio do software IRAMUTEQ, empregando a Análise
Prototípica e a Classificação Hierárquica Descendente (CHD) e analisados à luz das
Representações Sociais e da perspectiva conceitual, elaborada por Valeska Zanello,
acerca dos processos de subjetivação de gênero. O estudo identificou "paciência" e
"amor" como elementos centrais nas representações sociais dessas mães e
observou que as dificuldades financeiras e a falta de apoio, tanto emocional quanto
profissional, amplificam as vulnerabilidades dessas mulheres. A ausência paterna foi
um tema recorrente, refletindo a desresponsabilização dos pais no cuidado dos
filhos. Os resultados reforçam que a maternidade solo atípica é atravessada por
questões de gênero, que naturalizam o cuidado como uma responsabilidade
feminina. A análise destaca a importância de compreender essas vivências para
construir políticas públicas mais eficazes e redes de apoio que acolham as
necessidades dessas mães, promovendo um ambiente mais justo e menos desigual
para elas e seus filhos.