A MONOPARENTALIDADE FEMININA NA PERSPECTIVA DE MULHERES-MÃE: UM ESTUDO DE REPRESENTAÇÕES SOCIAIS.
Resumo
A monoparentalidade feminina, comumente referenciada como maternidade solo, consiste em mulheres que assumem parcial ou integralmente a responsabilidade de criação e cuidado dos filhos, por escolhas individuais ou por imposição das circunstâncias vivenciadas por estas mulheres, como o abandono paterno e falta de apoio familiar. Trata-se de um estudo qualitativo cujo objetivo é analisar as Representações Sociais sobre a maternidade solo e os processos de violência do ser mulher e do ser mãe, sob a perspectiva teórica de Saffioti. A pesquisa foi realizada em Unidades Básicas de Saúde (UBS) em Campina Grande - PB e municípios circunvizinhos. Para a coleta de dados foram utilizados um questionário sociodemográfico, a Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP) e uma entrevista semiestruturada com as participantes. Ademais, foi realizada uma Tenda do Conto com a finalidade de compreender com mais profundidade o panorama dos conteúdos evocados durante a realização das entrevistas. Mediante a análise da Classificação Hierárquica Descendente, foi possível observar um campo representacional com 5 possíveis classes que abrangem aspectos relacionados à desresponsabilização paterna, a dupla função parental exercida pelas mulheres-mães solo, os afetos positivos que circundam a maternidade, a sobrecarga das funções de cuidado e a mobilização de recursos de enfrentamento atrelada às vivências da monoparentalidade feminina. Deve-se ressaltar que a maternidade solo compreende uma discussão densa e complexa, impactada pela vulnerabilidade social, a naturalização do cuidado e da maternidade como dimensões inatas das mulheres e os processos de violência que repercutem sobre a questão de gênero e o sofrimento psíquico das mulheres-mães.
