ENRIQUECIMENTO PROTEICO DO RESÍDUO AGROINDUSTRIAL DA ACEROLA POR FERMENTAÇÃO SEMISSÓLIDA.
Resumo
O Brasil se destaca como um dos maiores produtores de frutas tropicais do mundo, com vasto potencial na produção agroindustrial, especialmente no setor de fruticultura. A acerola (Malpighia emarginata DC), nativa da América Central, é uma das frutas mais cultivadas no Brasil, especialmente na região Nordeste. Com alta concentração de vitamina C e atividade antioxidante, a acerola é valorizada por sua versatilidade no mercado interno e para exportação, além de contribuir para o crescimento do setor agroindustrial brasileiro. Durante as etapas de processamento, estima-se que aproximadamente 40% da massa inicial de acerola resulte em resíduos agroindustriais, incluindo sementes e cascas. Com o objetivo de agregar valor a esse resíduo, este trabalho buscou promover a bioconversão por meio do processo de fermentação semissólida, visando obter um produto proteicamente enriquecido para uso como suplemento animal. Biorreatores retangulares de plástico foram utilizados, contendo 150 g do substrato e diferentes quantidades de leveduras (Saccharomyces cerevisiae) em cada um, correspondendo a 1, 3 e 5% da massa inicial de substrato. O processo fermentativo ocorreu à 35 °C em um sistema de batelada, e a análise físico-química do produto obtido revelou aumento significativo na concentração de proteína bruta, chegando a 23,23% após 72 h de fermentação com 3% de concentração de levedura, representando um aumento proteico de 106,28%. Para além do enriquecimento proteico, pode-se atestar ainda que o processo desenvolvido propiciou o enriquecimento nutricional do resíduo de acerola, de modo que, o produto obtido possa ser empregado em outros nichos da indústria agroalimentar.