Revista Arquitetura e Lugar
https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/arql
<p style="text-align: justify;">A revista Arquitetura e Lugar tem como objetivo, resgatar a arquitetura e a sua relação com o lugar no qual, esta é produzida. Tratará de temas voltados à história da arquitetura, da cidade, bem como questões de documentação e conservação do patrimônio arquitetônico em suas diversas manifestações, material e imaterial.</p> <p style="text-align: justify;">Pretende dialogar com a realidade brasileira e internacional, realizando conexões e reflexões sobre os temas tratados.</p> <p style="text-align: justify;"><strong>e-ISSN</strong>: 2965-291X<br /><strong>✉</strong> revistaarquiteturaelugar@gmail.com</p>
Editora Universitaria da UFCG
pt-BR
Revista Arquitetura e Lugar
2965-291X
<p><sup>Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:</sup></p> <p><sup>1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.en">Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0</a> que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;</sup></p> <p><sup>2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;</sup></p> <p><sup>3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) desde que concluído o processo editorial</sup><sup>, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja <a href="http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html">O Efeito do Acesso Livre</a>);</sup></p> <p><sup>4. Não recomenda-se publicação e distribuição do artigo antes de sua publicação, pois isso poderá interferir na sua avaliação cega pelos pares.</sup></p>
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A CIDADE JARDIM COMO PATRIMÔNIO AMBIENTAL E PREVENÇÃO ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/arql/article/view/4989
<p>Este artigo trata da importância dos Bairros Vila Assunção e Vila Conceição em Porto Alegre, RS, como patrimônio ambiental de valor natural e cultural e das ações necessárias para seu reconhecimento, proteção e preservação, como recurso imprescindível contra as mudanças climáticas. Por tratar-se de bairros com características da Cidade Jardim junto ao Lago Guaíba, os mesmos se destacam de outros no modelo Hawardiano no país. Desde 1999 estes bairros são considerados Área Especial de Interesse Cultural, com regime urbanístico não suficientemente protetivo de suas peculiaridades urbano-ambientais. Até o momento, os diversos estudos realizados pelo Município não efetivaram sua proteção, o que pode colocar em risco seus valores e ensejar sua perda ou descaracterização. O artigo detalha, a partir de levantamento da legislação urbano-ambiental, histórica e de proteção cultural, além da observação in loco, as ações realizadas e os méritos para preservação e conclui que ainda é possível salvaguardá-los como um modelo de resiliência e adaptação às mudanças climáticas.</p>
Rosilene Martins Possamai
Naiana Maura John
© 2024 Rosilene Possamai, Naiana Maura John
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2025-02-06
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MEMÓRIAS DA ARQUITETURA PERDIDA
https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/arql/article/view/3467
<p>Este trabalho tem como objetivo identificar as principais características da arquitetura eclética presente nas edificações construídas na cidade de Ponta Grossa, Paraná, entre os anos de 1894 e 1930, a partir do levantamento dos projetos disponíveis no acervo de projetos da Casa da Memória Paraná. A construção do referencial teórico envolveu a concepção do ecletismo, sua trajetória e influências. Posteriormente, há a análise dos projetos correspondentes ao objeto de estudo, que integram o acervo documental. A justificativa desta pesquisa se relaciona com a valorização da memória urbana referente a um período histórico no qual a cidade se desenvolveu e se estabeleceu como uma das mais importantes no contexto estadual. Como resultado, 276 projetos foram analisados, registrados fotograficamente e, posteriormente, transformados em fichas de inventário para organizar as informações identificadas nestes documentos, bem como destacar as principais características encontradas.</p>
Gabriela Sgarbossa
Mariana Soares
© 2024 Gabriela Sgarbossa, Mariana Lemos Cavalcanti Gomes Soares
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2024-12-21
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ALTERAÇÕES DA PAISAGEM URBANA ORIUNDAS DA DINÂMICA SOCIAL
https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/arql/article/view/4631
<p>Pretende-se, a partir do uso de imagens e fotografias históricas, discutir a apropriação do espaço público e seus diferentes usos ao longo do tempo, por meio da dinâmica humana do ambiente urbano e sua influência direta na paisagem urbana. Como área de estudo, foi selecionado o Largo de Coimbra, em Ouro Preto, Minas Gerais. Interessa-nos conhecer as atividades exercidas desde 1853, com o objetivo de gerar informações que possam contribuir para a definição de políticas públicas para a ocupação desse espaço. Os aspectos metodológicos da pesquisa compreenderam: pesquisa bibliográfica, levantamento documental sobre o histórico do espaço estudado. A análise adotou uma abordagem qualitativa, envolvendo documentos históricos, registros fotográficos, com o intuito de identificar diferentes tipos de usuários e atividades desenvolvidas. O estudo apontou que a ocupação do largo passou por diversas transformações e que, atualmente, é predominantemente voltada para atender a demanda turística por meio do comércio informal de souvenirs.</p>
Simone Fernandes Machado
Solano de Souza Braga
© 2024 Simone Fernandes Machado, Solano de Souza Braga
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2024-12-21
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RUA ALMISA ROSA
https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/arql/article/view/5668
<p>O presente texto tem por finalidade investigar a presença de elementos do art déco sertanejo, de acordo com Lia Rossi (1984), de bens imóveis estabelecidos na Rua Almisa Rosa, na cidade de Nova Palmeira. Interessa-se, pois, alcançar, por via da identificação e análise das fachadas, os símbolos, as formas e os elementos que caracterizam alguns imóveis da citada rua e a maneira como estiveram imbricados na formação urbana local. Para isso, as fotografias, capturadas em diferentes ângulos, será um instrumento necessário de leitura, avaliação e salvaguarda dessas construções, além de problematizar os limites e a urgência de um plano de valorização do patrimônio histórico material. Em termos metodológicos, o texto caminhará pela pesquisa qualitativa, mediante a revisão bibliográfica e documental, estabelecendo pontes de referências conceituais e teóricas, respectivamente, entre história e arquitetura, a partir de Rossi (1984), Da Matta (1997), Rolnik (2004), Choay (2006), e outros.</p>
Xisto Souza Júnior
Ticiane Araújo
© 2024 Xisto Souza Júnior, Ticiane Araújo
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2024-12-21
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A ARQUITETURA DOS BANHEIROS PÚBLICOS E AS LUTAS SOCIAIS
https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/arql/article/view/4514
<p>O texto desmembrará a história de grupos que foram marginalizados e cuja presença ainda é questionada no âmbito público, por meio da conexão entre as lutas sociais e a arquitetura dos banheiros públicos ao longo dos anos, a partir do século XIX. Serão analisados quatro períodos de resistência à inclusão pública de minorias, abrangendo mulheres, pessoas negras e pessoas com deficiência, até chegar à resistência atual, que envolve a comunidade LGBT e a discussão sobre a criação de um terceiro banheiro "apropriado" para esse grupo. O objetivo é destacar a importância da arquitetura como agente de transformação social, por meio da adequação de projetos a uma nova tipologia de banheiro sem divisão de gênero; essa tipologia também abrange grupos de usuários ainda não reconhecidos socialmente, salientando uma solução democrática, acessível e segura para conflitos sociais semelhantes ao longo da história, adaptando-se aos debates contemporâneos.</p>
Nícia Leite
Ylana Furtado
© 2024 Nícia Bezerra Formiga Leite, Ylana Maria Gadelha Pitombeira Furtado
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2024-12-21
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A MODERNIDADE CAMPINENSE ATRAVÉS DE CROQUIS
https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/arql/article/view/4511
<p><em>"MODERNIDADE CAMPINENSE ATRAVÉS DE CROQUIS"</em> apresenta uma série de 10 croquis que ilustram diferentes obras de arquitetura moderna em Campina Grande, Paraíba. As obras selecionadas englobam tanto edificações residenciais quanto institucionais, refletindo a diversidade e a riqueza do patrimônio arquitetônico moderno da cidade. Cada croqui busca capturar as características formais, a linguagem arquitetônica e as soluções espaciais adotadas nas construções, destacando a influência de movimentos e tendências que marcaram o período de modernidade na região. Visando contribuir para o reconhecimento e valorização da produção arquitetônica local, ao mesmo tempo em que reforça a importância de preservar e estudar esses marcos que compõem a paisagem urbana de Campina Grande.</p>
Antônio Lucas Souza
© 2024 Antônio Lucas Souza
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
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A PAISAGEM URBANA RESIDENCIAL DE GERALDINO DUDA
https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/arql/article/view/4515
<p>Geraldino Duda foi um arquiteto autodidata campinense que deixou um legado para a arquitetura moderna, no qual foi responsável por várias obras na cidade de Campina Grande. Apesar do seu principal projeto ter sido o Teatro Municipal Severino Cabral e que lhe rendeu um grande reconhecimento da sua produção profissional, Geraldino Duda marcou fortemente a paisagem urbana da cidade com um grande número de projetos residenciais em Campina Grande durante os anos 60 e 70.</p> <p>Sendo assim, foram feitos quatro croquis de residências como forma de homenagear sua produção arquitetônica moderna, no intuito de relembrar a sua importância para o movimento na região do nordeste brasileiro e para a paisagem urbana campinense.</p>
Rhainnah Bruce
© 2024 Rhainnah Bruce
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2024-12-21
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FERNANDO DINIZ
https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/arql/article/view/5937
<p>Fernando Diniz é graduado em arquitetura pela Universidade Federal de Pernambuco/ UFPE (1989), e historiador pela Universidade Católica de Pernambuco (1991). É mestre em Desenvolvimento Urbano pela UFPE (1994) e em arquitetura pela University of Pennsylvania (2001) e Ph.D. em Arquitetura pela University of Pennsylvania (2004).</p> <p>Atualmente é Professor Titular da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), pesquisador nível 1-D do CNPq e assessor ad hoc da Capes, do CNPq, da Fapesp, do Getty Center (EUA) e do Arts & Humanities Research Council (UK). É membro do International Specialits Committe (ISC) Education-Training do Docomomo International. Foi um dos fundadores do Centro de Estudos Avançados da Conservação Integrada (CECI) tendo sido seu diretor-geral entre 2009 e 2011.</p> <p>Foi professor visitante na Fu Jen Catholic University, Taiwan (2019), Universidade Técnica de Lisboa (2011) e na University of Pennsylvania (2003-2004), ICCROM Fellow (2008) e Samuel H. Kress Foundation scholar (2003-2004). Foi eleito duas vezes Conselheiro Federal por Pernambuco no Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU-BR) na gestão fundadora (2012-2014) e (2015-2017), coordenando a Comissão de Ensino e Formação (2014) e a Comissão de Relações Internacionais (2013, 2015-2017).</p> <p>Foi membro da diretoria da ANPARQ (2011-2012), ABEA (2013-2014) e membro da diretoria (2014-2015) e Coordenador-Geral (2016-2017) do Docomomo Brasil. Sua área de interesse reside em teoria e história da arquitetura, história do urbanismo e conservação. Sobre estes assuntos tem cerca de 100 artigos e capítulos de livros publicados em mais de dez países. Co-autor do livro Um Recife Saturnino (2010) e organizador de Arquitetura Moderna no Norte e Nordeste (2007) e Recife: Cinco Séculos de Cidade e Arquitetura (2022).</p> <p>Possui também experiência profissional em conservação urbana e arquitetônica, tendo participado das equipes do Plano Metrópole 2010 (1998), Plano Diretor do Conjunto Franciscano de Olinda (2005-06) da Casa Torquato de Castro (2010) e do Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães (2011-2012) e do inventário do acervo dos escritórios de Janete Costa (2012-2013) e Acácio Gil Borsoi (2015-2016).</p> <p>Fonte: Síntese do currículo lattes extraído da plataforma Lattes.</p>
Alcília Afonso
Larissa Morais
Hênio Henrique
© 2024 Alcília Afonso, Larissa Morais, Hênio Henrique
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2024-12-21
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MEMÓRIAS DE UM PAÍS EM DESENVOLVIMENTO
https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/arql/article/view/5617
<p class="western" align="justify"><span style="font-family: Futura Lt BT, serif;">Arquiteto formado em 1959 pela Faculdade Nacional de Arquitetura no Rio de Janeiro, na então capital federal, Jacob Blumen Goldemberg teve em seus primeiros anos de profissão a oportunidade de atuar em um plano governamental de enorme impacto para o desenvolvimento regional de São Paulo, iniciado no Governo de Carlos Alberto de Carvalho Pinto (PDC), no qual os arquitetos urbanistas tiveram um papel central. Trabalhando em uma das principais frentes do Plano de Ação do Governo do Estado (1959-1963), no planejamento da Cidade Universitária da USP e do Instituto Butantan - instituições vizinhas na zona oeste de São Paulo -, Goldemberg atuou em diversos projetos para o </span><span style="font-family: Futura Lt BT, serif;"><em>campus</em></span><span style="font-family: Futura Lt BT, serif;"> do Instituto de saúde e pesquisa entre 1961 e 1964. Foram identificados oito projetos para o Butantan cuja a autoria é conferida ao arquiteto em colaboração com outros profissionais: Abelardo de Souza, João Carlos Broos, Léo Quanji Nishikawa, Miranda Magnoli e Luiz Contrucci. O grupo desenvolveu projetos para o Edifício da Produção, Edifício da Administração, Hospital, Restaurante, Macacário, Biotério, um museu institucional e um Plano Geral de zoneamento do </span><span style="font-family: Futura Lt BT, serif;"><em>campus </em></span><span style="font-family: Futura Lt BT, serif;">do Butantan, integrado ao plano da Cidade Universitária. </span><span style="font-family: Futura Lt BT, serif;">Assim como outros projetos desenvolvidos pelo Plano de Ação em todo o estado, os edifícios e planos para o </span><span style="font-family: Futura Lt BT, serif;"><em>campus</em></span><span style="font-family: Futura Lt BT, serif;"> de pesquisa e produção do Instituto Butantan não foram executados, restando a lacuna histórica deste episódio da arquitetura moderna brasileira. Esta entrevista teve como objetivo retomar esta história a partir da perspectiva de um dos atores que atuou nestes projetos de modernização. Buscamos assim compreender questões como o contexto da formação profissional do arquiteto, sua atuação no Plano de Ação, as relações que estabeleceu com outros profissionais, o cenário da arquitetura brasileira com a construção de Brasília e sua perspectiva sobre os projetos que desenvolveu. Resultado de uma modernização desenvolvimentista, este episódio representou a possibilidade de superação da condição de dependência do país, na agência de seus arquitetos e planejadores.</span></p>
Luiz de Lucca Neto
Monica Junqueira de Camargo
© 2024 Luiz de Lucca Neto, Monica Junqueira de Camargo
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
2024-12-21
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(RE)PENSAR O ENTORNO
https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/arql/article/view/4992
<p>Estudo projetual, desenvolvido para a disciplina de Projeto de Arquitetura VII do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACISA, que propõe a remodelação de um edifício existente no Centro Histórico de João Pessoa, tombado pelo IPHAN e IPHAEP, com localização na Praça Dom Adauto, ao lado da Igreja Nossa Senhora do Carmo e da Arquidiocese da Paraíba. Tal projeto visa absorver as características arquitetônicas presentes no local, aplicando-as em seu estudo formal, sem interferir na paisagem estabelecida anteriormente, buscando integrar as edificações antigas às novas.</p>
Lívia Brandão
Raglan Gondim
© 2024 Lívia Brandão, Raglan Gondim
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
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A FOTOGRAFIA COMO APORTE DE UM OLHAR CAMINHANTE:
https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/arql/article/view/4506
<p><span style="font-weight: 400;">Localizada no interior do estado do Ceará, Quixadá é uma cidade que chama atenção antes mesmo de adentrar. Conhecida como a Terra dos Monólitos, por ser cercada por formações rochosas e ter se desenvolvido em torno de uma, é uma cidade que atrai a população das cidades vizinhas em busca de serviços. Comumente se houve de moradores e visitantes “Quixadá é uma cidade sem história”, frase motivada pelas grandes transformações e impactos causados na paisagem nos últimos anos e pelo consequente desaparecimento e degradação de uma arquitetura que conformava um centro histórico outrora, que só pode ser apreciado por fotos em preto em branco. O percurso pelo centro da cidade, hoje em expansão principalmente no setor de serviços e mobiliário, nos deixa desavisados de detalhes arquitetônicos que ajudam a contar um pouco da história de Quixadá. A profusão de letreiros, propagandas e tapumes de novas construções se sobrepõem às poucas edificações históricas que ainda resistem nesse espaço, em muitos casos em estado de degradação ou abandonados. Partindo desta inquietação, este ensaio objetiva apresentar através da fotografia outros pontos de vista de edificações antigas que ainda resistem no centro da cidade. As fotografias aqui apresentadas partem de uma série de derivas urbanas, prática metodológica já conhecida e experienciada por estudiosos da cidade e por campos epistemológicos como a geografia urbana e urbanismo. Aliados a isso foram feitos registros fotográficos buscando captar como essa arquitetura, ora se esconde, ora se ressalta em meio a efervescência urbana. A deriva urbana, pensada por Guy Debord (1958), consiste na prática do caminhar por um percurso não definido, guiando-se pelo espaço urbano e pelos elementos que o constituem, tais como a rua, as pessoas, os espaços públicos e, neste caso, a própria arquitetura. Através desse deslocamento, segundo Jean Marc Besse (2013) é possível conhecer a paisagem, que por sua vez é a experiência onde o habitar humano se desenvolve no mundo. A caminhada aqui configura-se como um instrumento de percepção da cidade, visto que ao caminhar pela paisagem urbana, cada corpo na sua individualidade, se apropria do espaço e o requalifica. Entende-se que para essa experimentação a prática da deriva urbana, como uma metodologia que estrutura minimamente o caminhar, possibilita o entendimento e acesso a essas paisagens que formam a cidade. As fotografias apresentadas também representam a dualidade entre a arquitetura que remonta outros tempos, com a profusão de um centro comercial em constante expansão. A história que essas edificações contam passam despercebidas muitas vezes, e até mesmo fazer deriva urbana a partir disso é um exercício de minuciosa atenção. São detalhes arquitetônicos, frisos, ornamentos, platibandas e formas vistos em fachadas que se misturam e se confundem com os novos usos, percebidos através das placas e letreiros de lojas. Os registros também denunciam o estado de descaracterização e até mesmo de abandono, que edifícios com características estilísticas relevantes estão atualmente, consequência de uma ineficiência de gestão patrimonial local.</span></p>
Stephane de Sousa e Silva Maia
Glaudemias Grangeiro Junior
© 2024 Stephane de Sousa e Silva Maia, Glaudemias Grangeiro Junior
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
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EDITORIAL V.2 N.8 DEZEMBRO DE 2024
https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/arql/article/view/5936
<p>Apresenta o Expediente e o Editorial desta edição</p>
Alcília Afonso
© 2024 Alcília Afonso
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
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